sexta-feira, 14 de maio de 2010

Identidade brasileira

Brasileiros nascem craques, brasileiros são alegres, são festeiros, cordiais e amigos, malandros com responsabilidade, não gostam de sinal fechado, para tudo dão o jeitinho brasileiro. Para brasileiro, não há tempo ruim. Se chove, ele anda na chuva, se faz sol ele se bronzeia – bom, pelo menos era assim antes do desastre da última enchente.

Agora ser brasileiro é estar no topo do mundo. Entramos no seleto grupo dos países mais ricos do mundo, o tal G20, temos o petróleo do pré-sal e vamos sediar dois mega eventos esportivos nos próximos anos. Com isso o governador do RJ resolve se encontrar com Rudolf Juliane – o cara que acabou com as ganges em NY - para discutir sobre a epidemia de desordem e treinamento para que policiais trabalhem na ocupação dos morros. É tudo que a gente podia querer. Mas o que acontece agora? Agora assistimos estarrecidos a tragédia carioca: Morro do Bumba, Morro dos Prazeres, enchentes, destruição e mortes. A troca de benefícios populistas por votos ocasionou a construção de uma bomba.

Voltando um pouco mais... Em pleno Rio de Janeiro, há pouco eleita uma das cidades onde o povo é mais feliz no planeta, que ostenta uma das maiores maravilhas do planeta Terra e onde tudo continua lindo, alguém derruba um helicóptero com tiros de armas de alto alcance e acontece uma queima generalizada de ônibus – vocês lembram disso? O direito de ir e vir é bloqueado por causa de tiroteiros, de enchentes e pessoas ficam confusas sem saber de fato se o país da copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016 vai ter condições de oferecer condições de segurança para quem vai chegar quando não há segurança para quem vive nele.

A vida do brasileiro, depois do choque imediato, volta rapidamente ao normal, cai no esquecimento. Mas lá fora o nome sujo do Brasil continua perdurando. A fama de brasileiro sangue bom está indo para o ralo. Esse é o momento de se começar uma higienização de nossa cultura conformista e requerer de nossas autoridades a revalorização do Brasil para que a gente volte a cantar com vigor o nosso hino de todas as comemorações. “Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor!”

quarta-feira, 3 de março de 2010

O segundo sexo - Simone de Beauvoir

Estou lendo O segundo sexo, de Simone de Beauvoir, apesar de não me considerar feminista, acho de enorme importância tentar entender o que se passava na cabeça dessa mulher revolucionária, corajosa, tão a frente do seu tempo que em 1949 – período turbulento de pós-guerra – lança uma obra inaugurando um novo modelo de pensamento sobre a mulher na sociedade e tornando-se atemporal e definitiva.

Se hoje a mulher não tem a única função de procriação e de complementar a vida do homem, tenho que reconhecer que em grande parte devemos isso a Beauvoir. Pouco antes dessa época a mulher para cortar o cabelo precisava da autorização do marido.

Ela se usou como instrumento de sua teoria. Por tanto tempo sofreu por ter renunciado ao casamento, por ter optado em não ter filhos e lutar por suas causas. E isso custou contestação e rejeição que, de certa forma, duram até hoje.

Um assunto tão antigo e tão atual...

terça-feira, 2 de março de 2010

“No princípio era o verbo e o verbo se fez carne e habitou entre nós”. Não há nada mais verdadeiro do que essa afirmativa. Somos o que pensamos, mas somos julgados pelo que falamos.

Canalhas podem usar de belas palavras para seduzir a vítima. Líderes podem persuadir para a paz ou para a guerra com seus inflamados discursos. Você pode ser a pessoa mais competente, mas se não passar segurança na hora da entrevista de emprego outro irá ficar com o cargo.

Uma palavra, se mal ou bem dita, podem mudar para sempre o perfil da pessoa aos olhos dos outros. Palavra é instrumento de avaliação.

Há tanto risco no que sai pela boca quanto pelo que da boca não sai, né!? rs